Você tem esse mau hábito?
- Ayumi Costa
- 31 de mar.
- 12 min de leitura
Hoje vamos ter um post um pouco diferente dos anteriores. Resolvi analisar a letra de uma música muito famosa no Japão, chamada “Habit”, da banda de J-Pop SEKAI NO OWARI e explicar como ela pode falar sobre um hábito que faz muitos de nós sofrer bastante! Vou deixar o link para o vídeo da música aqui, e recomendo ver e ouvir antes de seguir adiante:
[Verso 1] 君たちったら何でもかんでも 分類, 区別, ジャンル分けしたがる ヒトはなぜか分類したがる習性があるとかないとか この世の中2種類の人間がいるとか言う君たちが標的 持ってるヤツとモテないやつとか ちゃんとやるヤツとヤッてないヤツとか [Verso 2] 隠キャ陽キャ? 君らは分類しないとどうにも落ち着かない 気付かない本能の外側を 覗いていかない? 気分が乗らない? つまり それは そんな シンプルじゃない もっと 曖昧で 繊細で 不明瞭なナニカ [Verso 3] 例えば持ってるのに出せないヤツ やってるのにイケないヤツ 持ってるのに悟ったふりして スカしてるうちに不安になっちゃったりするヤツ 所詮アンタはギフテッド アタシは普通の主婦ですと それは良いでしょう? 素晴らしいんでしょう? 不可能の証明の完成なんじゃない? [Pré-Refrão] 夢を持てなんて言ってない そんな無責任になりはしない ただその習性に喰われないで そんな Habit捨てる度 見えてくる君の価値 [Refrão] 俺たちだって動物 こーゆーのって好物 ここまで言われたらどう? 普通 腹の底からこうふつふつと 俺たちだって動物 故に持ち得る Originalな習性 自分で自分を分類するなよ 壊して見せろよ その Bad habit [Pós-Refrão] 壊して見せろよ その Bad habit [Verso 4] 大人の俺が言っちゃいけない事言っちゃうけど 説教するってぶっちゃけ快楽 酒の肴にすりゃもう傑作 でもって君も進むキッカケになりゃ そりゃそれで Win-winじゃん? こりゃこれで残念じゃん そもそもそれって君次第だし その後なんか俺興味ないわけ [Verso 5] この先君はどうしたい? ってヒトに問われる事自体 終わりじゃないと信じたいけど そーじゃなきゃかなり非常事態 君たちがその分類された 普通の箱で燻ってるからさ 俺は人生イージーモード ずっとそこで眠っててアラサー [Verso 6] 俺はそもそもスペックが低い だから足掻いて踠いて醜く吠えた 俺のあの頃を分類したら 誰の目から見ても明らか すぐ世の中, 金だとか, 愛だとか, 運だとか, 縁だとか なぜ2文字で片付けちゃうの [Pré-Refrão] 俺たちはもっと曖昧で 複雑で不明瞭なナニカ 悟ったふりして驕るなよ 君に君を分類する能力なんてない [Refrão] 俺たちだって動物 こーゆーのって好物 ここまで言われたらどう? 普通 腹の底からこうふつふつと 俺たちだって動物 故に持ち得る Originalな習性 自分で自分を分類するなよ 壊して見せろよ その Bad habit [Ponte Instrumental] [Refrão] 俺たちだって動物 こーゆーのって好物 ここまで言われたらどう? 普通 腹の底からこうふつふつと 俺たちだって動物 故に持ち得る Originalな習性 自分で自分を分類するなよ 壊して見せろよ その Bad habit [Pós-Refrão] 壊して見せろよ その Bad habit | [Verso 1] Mas vocês ficam querendo classificar, distinguir e rotular tudo e qualquer coisa! Por algum motivo as pessoas querem classificar, por exemplo dizendo se as pessoas têm um hábito ou não Meu alvo são vocês quem dizem que existem dois tipos de humanos no mundo: “Aqueles que têm sorte e aqueles que não têm sucesso (nos relacionamentos)¹” “Aqueles que “fazem direitinho” e aqueles que não estão ‘fazendo’²” [Verso 2] “Você é Yin ou Yang?³” Enquanto vocês não classificam, não conseguem ficar tranquilos Vocês não querem dar uma olhada para fora Desse instinto inconsciente? Não estão a fim? Em outras palavras, as coisas não são assim tão simples São algo mais ambíguo, delicado, e obscuro⁴ [Verso 3] Por exemplo a “pessoa que não mostra, mas sabe fazer” Ou a “pessoa que faz o que não devia” Ou a “pessoa que já tem/sabe, mas desaponta quando se finge de iluminada/entendida” “A pessoa que vai ficando ansiosa por dentro” “Afinal você é uma pessoa gifted⁵ E eu sou só uma dona de casa comum” Não é bom assim? Não é maravilhoso? Não é a completa prova da impossibilidade? [Pré-Refrão] Não estou dizendo que você precisa ter um sonho⁶ Não serei tão irresponsável assim Apenas não se deixe consumir por esse hábito/comportamento O seu valor fica visível a medida em que você joga fora esse hábito⁷ [Refrão] Nós somos animais, ué Isso é uma das nossas coisas favoritas E aí, como você fica com tudo isso que foi falado? Normalmente, algo borbulha assim lá do fundo da barriga⁸ Nós somos animais, ué Consequentemente há a possibilidade de ter esse hábito original Não se analise a si mesmo Você vai ver, vou quebrar esse mau hábito [Pós-Refrão] Você vai ver, vou quebrar esse mau hábito [Verso 4] Eu que sou adulto vou dizer algo que não deveria, mas Ficar pregando é um prazer⁹ Acompanhando uma bebida então, é uma obra prima E se isso virar motivo para você seguir adiante Aí isso é um ganha-ganha, não acha? E isso aqui é uma pena, não acha? Só que isso por princípio depende de você E em verdade o que acontece depois disso não me interessa [Verso 5] Eu quero acreditar que ser perguntado, “O que você quer fazer de agora pra frente?” Não é o fim, mas Se não for isso, então é uma considerável emergência Porque vocês se enfiam nessas caixas normais que foram classificadas Minha vida é um easy mode Só dormindo aí, e de repente perto dos 30¹⁰ [Verso 6] Eu pra começar não tenho muitas qualidades¹¹ Por isso eu me debati, contorci e uivei feio Se eu fosse categorizar meu eu do passado Seria nítido aos olhos de qualquer pessoa Que diriam logo coisas como “é o mundo, é o dinheiro, é o amor, é a sorte, é o destino”. Por que é que vocês dispensam tudo com dois caracteres?¹² [Pré-Refrão] Nós somos algo mais ambíguo, complexo e obscuro Não fique orgulhoso e se faça de entendido Você não tem a habilidade de analisar a si mesmo [Refrão] Nós somos animais, ué Isso é uma das nossas coisas favoritas E aí, como você fica com tudo isso que foi falado? Normalmente, algo borbulha assim lá do fundo da barriga⁸ Nós somos animais, ué Consequentemente há a possibilidade de ter esse hábito original Não se analise a si mesmo Você vai ver, vou quebrar esse mau hábito [Ponte Instrumental] [Refrão] Nós somos animais, ué Isso é uma das nossas coisas favoritas E aí, como você fica com tudo isso que foi falado? Normalmente, algo borbulha assim lá do fundo da barriga⁸ Nós somos animais, ué Consequentemente há a possibilidade de ter esse hábito original Não se analise a si mesmo Você vai ver, vou quebrar esse mau hábito [Pós-Refrão] Você vai ver, vou quebrar esse mau hábito |
¹持ってる e モテる parecem o mesmo verbo, mas como estão escritos com caracteres diferentes (o primeiro kanji e o segundo katakana) o significado é ligeiramente diferente, com o primeiro, 持てる indicando altas habilidades e/ou sorte e o segundo, モテる, indicando mais sucesso em relacionamentos sexuais e/ou românticos.
²Da mesma forma, やる e ヤる podem ter significados ligeiramente diferentes, a primeira expressão, “ちゃんとやる” passa a ideia de alguém que cumpre com suas obrigações de forma diligente, ao passo que ヤる pode estar ligado a sentidos mais intensos de fazer algo como matar alguém, brigar com alguém ou fazer sexo (esse último mais provável no contexto da música).
³隠キャ é uma abreviação de 陰気なキャラクター, um personagem mais “yin”, ou melancólico, e 陽キャ é alguém mais positivo, ou “yang”.
⁴A tradução mais exata é “não nítido”.
⁵Pessoa dotada de altas habilidades.
⁶夢を持つ, ou ter um sonho, é algo socialmente bem visto no Japão como um sinal de que alguém tem uma direção na vida e está disposto a trabalhar duro por isso. Uma onda mais recente tem ido contra essa noção de que é preciso ter um sonho para ser feliz.
⁷Aqui novamente temos duas palavras parecidas escritas de formas diferentes. 習性 é a palavra japonesa para hábito e “Habit” escrito em alfabeto ocidental mesmo, traz o mesmo sentido com alguma variabilidade.
⁸”腹の底” ou “fundo da barriga” é uma expressão usada para se referir à uma reação íntima e verdadeira, seja de raiva, riso, ou o que for, não fica clara qual aqui.
⁹Aqui “ficar pregando” se refere à falar bastante sobre algo em que acredita, algo que o autor está fazendo na própria letra.
¹⁰アラサー é uma abreviação de アラウンドサーティー, ou “around thirty” em inglês, e indica que a pessoa tem por volta dos 30 anos.
¹¹スペック é uma abreviação de “specification”, ou especificações em inglês. A ideia é que, assim como um produto com poucas especificações atrativas, o autor sente que ele não tem muitas qualidades.
¹²Aqui ele se refere ao fato de que muitas palavras japonesas são compostas por dois caracteres de kanji, dizendo que a tendência é que as pessoas reduzam o seu sofrimento a alguns conceitos apenas.
Quem são os autores?
SEKAI NO OWARI é uma banda de J-Pop formada por Fukase (vocal), Nakajin (guitarra), Saori (piano) e DJ LOVE (bateria, DJ). A banda começou com os três primeiros integrantes mencionados, que eram amigos de infância, e DJ LOVE se juntou à eles mais tarde.
O nome da banda tem uma história muito interessante: Sekai no Owari quer dizer “fim do mundo”, e faz referência a um momento na vida de Fukase em que ele sentiu que estava vivendo o fim do seu mundo. Ele vinha passando por dificuldades tentando lidar com sintomas de TDAH, e perdeu a memória da maioria das coisas que havia aprendido estudando medicina após passar um tempo internado, por causa dos remédios que teve que tomar.
Tudo o que restava na vida de Fukase naquela época eram a música e os amigos, então ele deu o nome de “fim de mundo” à banda para sinalizar que ele começaria dali, de seu fundo do poço particular, enfim dando um enquadramento esperançoso do momento que vivia.
Como a música foi criada?
“Habit” tem a letra de Fukase e a melodia por Nakajin, e foi criada em apenas alguns dias. Ocorria que eles tinham um limite de tempo para entregar essa faixa, e a dois ou três dias da data final, Fukase se viu obrigado a escrever a letra com 38.5ºC de febre. Além da febre, ele conta que de repente começou a chover e ele também ficou encharcado. Tudo aquilo deixou ele extremamente nervoso e ele redirecionou toda aquela raiva para a criação da letra, que acabou ficando com um clima de desafio.
Em uma entrevista, ele conta que teve até uma parte em que ele pensou “Ah, deixa a rima para lá!” e “Vou falar o que eu não posso falar mesmo!”, “Eu tô com febre mesmo, poxa!” e que sentiu que poderia estar falando algo absurdo. Para compensar, Fukase conta que criou o vídeo da música com o intuito de fazer uma espécie de pedido de desculpas, e tornou o vídeo interessante em parte para distrair a atenção do público do conteúdo da letra (acho que preciso notar aqui que pedir desculpas e distrair são duas coisas bem diferentes, de qualquer forma o resultado foi bastante querido pelo público).
De fato, músicas que fazem afirmações que desafiam o público ou o suposto consenso cultural japonês tendem a ser alvo de bastante discussão no Japão. Um exemplo foi uma outra música lançada no mesmo ano, “Usseewa” pela artista Ado. No entanto, a estratégia de Fukase em “Habit” foi bem sucedida porque a música e o seu vídeo receberam várias premiações e viraram queridinhas do público japonês, que ficou encantado com a dança do vídeo.
Uma perspectiva psicológica sobre a letra — mas o que é esse “mau hábito”?
A estrutura da letra começa expondo quem/o que ele quer criticar em alguns versos, para depois explicar sua visão e propor uma perspectiva alternativa em alguns outros versos, no refrão e nos pré-refrões. Por exemplo, ele começa falando “vocês ficam querendo classificar, distinguir e rotular tudo e qualquer coisa!” e “meu alvo são vocês quem dizem que existem dois tipos de humanos no mundo”. Esse é o “bad habit”, o mau hábito que Fukase critica: aquele de querer rotular pessoas como se isso fosse suficiente para compreendê-las ou explicá-las.
Você já se viu fazendo isso com ou outros ou consigo mesme? Eu já. E se você é falante de alguma língua, vou chutar que provavelmente você também. Isso é porque classificar, distinguir e rotular são comportamentos indispensáveis para que nós possamos falar, pensar, e interagir com o mundo da forma como fazemos. É curioso que a letra, logo na segunda frase, diz “Por algum motivo as pessoas querem classificar, por exemplo dizendo se as pessoas têm um hábito ou não”, que é justamente o que a música está fazendo, classificando pessoas entre as que têm esse hábito e que não têm. Alguém poderia achar isso contraditório, mas acho que isso traz nuance ao sentido da música. É impossível, da forma como vivemos agora, viver sem classificar as coisas em alguma medida, acho que Fukase sabe disso. O que está em questão é a nossa relação com as divisões criadas por nós.
Para a ACT (Terapia de Aceitação e Compromisso), o sofrimento humano está ligado à capacidade humana de utilizar a linguagem. Ela nos dá uma tremenda capacidade para manipular e analisar as coisas à nossa volta, e esteve envolvida em muitas maravilhas das quais dispomos hoje para nosso conforto e sobrevivência, mas funciona como uma faca de dois gumes: como sabemos, também é possível usar a linguagem para discriminar, separar, julgar, atacar e justificar coisas horrorosas.
No manual básico da ACT, Hayes, Strosahl & Wilson (2021) dizem: “A linguagem evoluiu para incluir cada vez mais termos que descrevem e avaliam vários estados da mente ou da emoção. (...) À medida que os seres humanos cada vez mais olham para dentro de si, a vida começa a parecer mais um problema a ser resolvido do que um processo a ser plenamente experimentado.” Você já se sentiu um problema a ser resolvido? Não é nada divertido, não é? Pelo contrário, a sensação é de desconexão e às vezes receber um rótulo mais dá a sensação de que os outros estão tentando “lidar” com você do que de fato se relacionar e se engajar com você como você de fato se apresenta no momento. Acho que é disso que Fukase pode estar falando quando critica um apego forte à classificação de pessoas.
Esse apego ou rigidez muito forte a conteúdos do nosso pensamento é o que chamamos em ACT de Fusão. Estar muito fusionado com seus pensamentos ou auto-conceitos a respeito de si e dos outros diminui a flexibilidade com a qual você poderia participar na vida. Você tem pensamentos assim? A música exemplifica várias dessas classificações em frases como “Você é Yin ou Yang?”, e deixei elas entre aspas na letra para ficar mais fácil de identificá-las (olha uma classificação aí!).
Outro conceito da ACT que podemos relacionar à letra é o de Self, ou o senso que você tem de si mesmo como um “eu, aqui, agora” em oposição a um “alguém, lá, depois”. Explicando melhor, dizem Hayes, Strosahl & Wilson: “Quando as crianças começam a adquirir linguagem, são ensinadas a categorizar a elas mesmas e suas próprias reações. Elas são meninos ou meninas, felizes ou tristes, com fome ou não.”
Isso tudo parece muito útil, não é? Se vivemos em sociedade, queremos mesmo que as crianças possam aprender a identificar o que sentem e se algo doi, por exemplo. Mas como falamos antes, essa engenhosidade pode ter consequências não tão agradáveis, já que “nesse estado fusionado, qualquer ameaça à história é uma questão de vida ou morte. Tentamos viver de acordo com essa visão construída de nós mesmos. (...) Tentamos viver dentro das histórias, sejam elas grandiosas ou terríveis. Tentamos nos tornar o que dizemos que somos.”
Quando uma pessoa se fusiona demais à uma auto conceituação particular, ou quando se fusiona demais à uma conceituação de outra pessoa (que é o tal do “hábito” da música) é menos provável que as alternativas úteis a essa visão sejam consideradas. Inclusive, inconsistências podem parecer até ameaçadoras. Você já teve a experiência de se sentir limitado pelos rótulos que adotou para si? Ou por acaso já parou para pensar quantas pessoas queridas à sua volta você pode estar reduzindo à rótulos também? É isso que SEKAI NO OWARI nos convidam a fazer quando dizem “Você vai ver, vou quebrar esse mau hábito”.
Então é só não classificar ninguém nunca?
Não! Aqui a grande questão é a fusão excessiva com certos rótulos e classificações. Como diz a letra, “em outras palavras, as coisas não são assim tão simples. São algo mais ambíguo, delicado e obscuro”. Já que as classificações são úteis para nós, e indispensáveis em alguma medida, buscar sermos flexíveis e fluidos frente às categorias que inventamos nos dá possibilidade de usufruir da linguagem sem ser totalmente dominados por ela.
É “não ficarmos orgulhosos e nos fazermos de entendidos” porque nenhuma análise será completa, definitiva e corresponderá perfeitamente com a verdade. É sobre manter a curiosidade e a abertura frente a nós mesmos e frente aos outros sempre, apesar dos nomes e das palavras. Da mesma forma, nenhuma explicação que possamos dar para algo será também definitiva.
Então o convite de “Habit”, penso eu, é o de vivermos menos controlados pelo hábito de nos apegarmos a ideias sobre nós mesmos e os outros, e sobre o mundo do qual somos parte. Seja um diagnóstico, um apelido, uma velha história que você conta a si há muito tempo, acontece que o “seu valor fica visível” e o que é realmente importante e valoroso fica mais nítido à medida em que você se engaja com a vida além delas.
Se você gostou e quer mais análises como essa, é só pedir que farei com alegria! Esse foi um primeiro experimento e penso que essa pode ser uma forma interessante de divulgar conceitos de psicologia, arte e cultura japonesas ao mesmo tempo.
宜しくお願い致します。
Referências
あて. (2023, October 28). セカイノオワリ『全力で謝罪するMVを作りたかった!』「Habit」の裏側!. YouTube. https://www.youtube.com/watch?v=2zZeYrlea2A
Hayes, S. C., Strosahl, K. D., & Wilson, K. G. (2021). Terapia de Aceitação e Compromisso: O Processo e a Prática da Mudança Consciente. Artmed.
SEKAI NO OWARI – Habit. (2022). Genius. https://genius.com/Sekai-no-owari-habit-lyrics
Wikipedia Contributors. (2020). SEKAI NO OWAR. Wikipedia.org. https://ja.wikipedia.org/wiki/SEKAI_NO_OWARI
Wikipedia Contributors. (2024, December 31). Habit (Sekai no Owari song). Wikipedia.org; Wikimedia Foundation. https://en.wikipedia.org/wiki/Habit_(Sekai_no_Owari_song)






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